Por Adriano Martins
Comentário no post "As correspondências entre Darwin e Fritz Müller"
Caros,
Eu a princípio não ia comentar o post, mas diante do único comentário até então me vi obrigado a fazer isso, a bem da responsabilidade que sinto no exercício de minha profissão de professor/pesquisador. Apesar de achar que por vezes este tipo de debate pode ser infrutífero, devido às interferências religiosas, é necessário mesmo assim fazer os devidos contrapontos.
Em primeiro lugar, religião não é ciência e nem ciência é religião, apesar de muitos cientistas
terem posturas dogmáticas com relação ao conhecimento científico. É inútil querer refutar a teoria da evolução: ela é mais que aceita e provada. Mas aceita e provada dentro dos paradigmas do conhecimento científico, que pressupõe que todas as hipóteses e idéias sejam confrontadas pelos fatos até que NOVOS fatos derrubem a teoria. Assim, uma teoria científica tem sempre um caráter transitório, FALSEÁVEL segundo Karl Poper. Diferente do dogma religioso, inquestionável em sua natureza, as teorias científicas, em primeiro lugar, tentam explicar um conjunto de FATOS. Contudo, novos fatos, advindos da evolução da ciência e da técnica, podem contradizer uma teoria vigente, e aí é o caso de reformular a teoria de modo a abranger os novos fatos. É nesse sentido que dizemos que uma teoria científica é falseável: ela não é eterna, perene, mas sim aberta às críticas e contradições que possam advir de novos fatos.
terem posturas dogmáticas com relação ao conhecimento científico. É inútil querer refutar a teoria da evolução: ela é mais que aceita e provada. Mas aceita e provada dentro dos paradigmas do conhecimento científico, que pressupõe que todas as hipóteses e idéias sejam confrontadas pelos fatos até que NOVOS fatos derrubem a teoria. Assim, uma teoria científica tem sempre um caráter transitório, FALSEÁVEL segundo Karl Poper. Diferente do dogma religioso, inquestionável em sua natureza, as teorias científicas, em primeiro lugar, tentam explicar um conjunto de FATOS. Contudo, novos fatos, advindos da evolução da ciência e da técnica, podem contradizer uma teoria vigente, e aí é o caso de reformular a teoria de modo a abranger os novos fatos. É nesse sentido que dizemos que uma teoria científica é falseável: ela não é eterna, perene, mas sim aberta às críticas e contradições que possam advir de novos fatos.
Não sou um especialista em evolução (sou físico), mas até o presente momento não houve grandes contestações CIENTÍFICAS à teoria. Pelo contrário, nos últimos 140-150 anos ó aumentaram o número de evidências a favor da teoria da evolução. Mas, quem sabe um dia apareça um fato que obrigue a revisão da teoria. Não incluo aqui a cantilena choramingosa constante dos religiosos, que em verdade pouco ou nada contribuíram para a discussão.
Gostem ou não, acreditem ou não, aceitem ou não, a teoria da evolução está aí, e o tempo mostrou que é correta (feita a observação que novos fatos, que ainda não apareceram, possam vir a origar correções à teoria). Engraçado, eu não vejo ninguém falar que não acredita na teoria quântica, na relatividade restrita e generalizada, nas teorias de jogos que se baseiam a análise econômica contemporânea, etc e tal.... Mas bastou uma teoria mexer num "dogma" (as aspas são provocações), que temos uma chiadeira que se extende por mais de um século, e que em alguns lugares se transformam em ações de estado, como a proibição de se ensinar evolução em algumas cidades americanas.
Ao nosso caro "fundamentalista" do único post: SIM, várias teses de mestrado e doutorado foram propostas e aprovadas nos últimos 100 anos, todas baseadas na teoria da evolução. Como no caso do post sobre o ensino da matemática, educação científica é fundamental para termos uma sociedade melhor, inclusive mais tolerante com relação à diferença. Até a religião católica, por meio da encíclica papal Fides e Ratio (fé e razão), reconhece o conhecimento científico como um instrumento legítimo para se conhecer a verdade, ao lado do conhecimento religioso. Grato, Adriano.
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